Arthur Rimbaud
Agosto 2013
Postei recentemente uma série chamada "Hinos ao Sol". Dediquei a
Rimbaud, um dos meus amados anjos caídos. A suprema ousadia de
Arthur Rimbaud em abandonar a poesia que escrevia melhor que
ninguém... Moleque danado de bom, aquele! Só o essencial. O
puramente essencial. Como Rimbaud dizia: 'a brevidade do essencial'.
Não
gosto muito quando ele resolve rondar minha vida. Põe as
coisas de cabeça para baixo, vira tudo do avesso. Tenho medo de
Rimbaud, na verdade. Porque ele me intriga. Criou a poesia mais
revolucionária para a época, foi o primeiro punk de verdade. Johnny
Rotten e Syd Vicious perto dele foram Mickey Mouse.
Rebelde,
diabólico, homossexual, gênio... Sua vida obscura na Abissínia
traficando armas, café e sabe lá Deus o quê mais. Dos poetas profanos, ninguém que se compara a ele.
Li
praticamente tudo que me caiu nas mãos sobre Rimbaud. Mas sempre que
ouço algo novo é um assombro, uma
revelação! Rimbaud - Charlesville, Charlestown - O Eterno
Retorno de Rimbaud. Veja isso no You-tube!
Alguns
escritos que acharam dele muitos anos depois que ele morrera têm,
por exemplo, "A Caçada Espiritual" como
título.
Como
pôde um demônio daqueles escrever uma poesia em
prosa chamada "Iluminações"?
O
fato é que comecei a compor os "Hinos ao Sol", que
desde o começo surgiram sem pedir licença. Fui trabalhando
aos poucos, burilando, entendendo, até que ontem finalmente percebi que tinham adquirido forma estabelecida. E o retorno de Rimbaud aconteceu
desta vez nem sei bem por quê.
Afinal, vi nesse documentário
que uma das obsessões de Rimbaud era o sol. Mesmo depois de ter sua
perna amputada em Marseille ele queria voltar para a Abissínia
porque achava que o sol iria curá-lo.
Assim ele tem assombrado a
claridade dos meus dias. Penso nele, ouço músicas que me
remetem ao ser dele... Rimbaud! A gente só compreende o que nos
intriga pouco a pouco. Tal como nós, abrindo nossa caixa de
surpresas, um pouco mais benéfica que a de Pandora, descobrindo enlaces, coincidências, mapas que já se
cruzaram noutras geografias aquém.
A
arte é um dos poucos resgates mecânicos. E ainda assim também ela
não nos leva a lugar algum muitas vezes.
Li praticamente tudo que me caiu nas mãos sobre Rimbaud. Mas sempre que ouço algo novo é um assombro, uma revelação! Rimbaud - Charlesville, Charlestown - O Eterno Retorno de Rimbaud. Veja isso no You-tube!
A
vida em si é algo ordinário, não interessa se você é Jean Paul
Sartre ou o Bandido da Luz Vermelha. O sufoco de existir é duro de
engolir sem mastigar. É nossa responsabilidade levantar alicerces e muros para depois quebrar algumas partes e abrir algumas portas, janelas... À frente sempre haverá uma nova
paisagem.
Quando não houver, buscaremos tintas para pintar uma nova maneira
de amanhecer outra vez, indefinidamente, solertes homens.
Quando não houver, buscaremos tintas para pintar uma nova maneira de amanhecer outra vez, indefinidamente, solertes homens.
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